terça-feira, 25 de setembro de 2012

Arte da Guerra


"Reconsiderar o ar, o andar , nossa absolvição, a escuta e a fala
Nos amorizar o dia, fio, corredor, a calçada, o passeio e a sala
Se perder sem se podar e se importar comigo"

A uns dez anos, eu já gostava de bancar o rockeirinho e saía por aí enchendo a boca pra falar que era fã do Guns n' Roses. Mas tinha uma música em especial que eu nunca entendi. Live and let die. Como assim, viva e deixe morrer.
Dez anos se passaram e eu nunca havia me atinado pro significado desse título. Ouvi a canção por mais diversas vezes, como uma música qualquer. Ontem, ela me soou como uma palavra de ordem. Um grito de guerra.
Nos preocupamos demais com todo mundo, queremos abraçar o mundo que só quer conseguir o que almeja, passando por cima do que e de quem for. Sem saber, acabamos lidando com Gengis Khans e Alexandres ( O Grande) dos tempos modernos, exímios estratégicos que não tem pudor algum na hora da conquista. Tanta sujeira e você se vê sufocado por um monte de merda. E acabamos mal por isso. Nos sentimos podres. E aquele estrategista que você se importava, vai pra cama e dorme um sono de tranquilidade, por ter conseguido vencer a batalha.
A arte da guerra agora é minha canção de ordem. Live and let die. Viva e deixe morrer. Faça o que pode, o que acha que deve, e depois viva. Viva e deixa a vida seguir pra lá. Deixe morrer (não no sentido puro da palavra, mas no sentido de que a morte é o prosseguimento da vida). Não vou criar rugas mais, ainda tenho 23. 
Que se percam. Que não se podem. Mas não se importem comigo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sei lá...
Engraçado que antes de vir aqui eu tava ouvindo Hope of Deliverance, também do Paul.
Acho que as vidas, aqui ou na Inglaterra ou numa versão rock in roll com o Axl Rose, são mais ou menos parecidas, seguem quase o mesmo padrão de etapas e experiências. E cada um vai pra guerra com as armas que possui e com as habilidades que aprendeu a ter.
Não adianta a gente se jogar na correnteza pra salvar um inimigo quando nem sabemos nadar. E se esse alguém depois atirar em nós? Esse esforço foi em vão?
Quase nos estrepamos, engolimos água suja, imaginamos a morte centenas de vezes e depois, em terra firme, pulmões cheio de ar e alívo, somos mortos nun cheque mate cruel. Deixar viver tem seus riscos.
Mas se deixarmos morrer apenas o que as pessoas representam, aliás, o que elas manifestam, viveremos melhor sim.
É muita informação de muita gente para que consigamos viver com autonomia e certeza, caso nos importemos com todas elas. Viver e deixar morrer é, no meu entender, dar-se uma carta de alforria.No fim, a trilha se faz sozinho.
Tenho aprendido...

Anônimo disse...

Acima sou yo, Michele!
De novo esqueci a senha do meu blog. Anéim...