terça-feira, 25 de setembro de 2012

Arte da Guerra


"Reconsiderar o ar, o andar , nossa absolvição, a escuta e a fala
Nos amorizar o dia, fio, corredor, a calçada, o passeio e a sala
Se perder sem se podar e se importar comigo"

A uns dez anos, eu já gostava de bancar o rockeirinho e saía por aí enchendo a boca pra falar que era fã do Guns n' Roses. Mas tinha uma música em especial que eu nunca entendi. Live and let die. Como assim, viva e deixe morrer.
Dez anos se passaram e eu nunca havia me atinado pro significado desse título. Ouvi a canção por mais diversas vezes, como uma música qualquer. Ontem, ela me soou como uma palavra de ordem. Um grito de guerra.
Nos preocupamos demais com todo mundo, queremos abraçar o mundo que só quer conseguir o que almeja, passando por cima do que e de quem for. Sem saber, acabamos lidando com Gengis Khans e Alexandres ( O Grande) dos tempos modernos, exímios estratégicos que não tem pudor algum na hora da conquista. Tanta sujeira e você se vê sufocado por um monte de merda. E acabamos mal por isso. Nos sentimos podres. E aquele estrategista que você se importava, vai pra cama e dorme um sono de tranquilidade, por ter conseguido vencer a batalha.
A arte da guerra agora é minha canção de ordem. Live and let die. Viva e deixe morrer. Faça o que pode, o que acha que deve, e depois viva. Viva e deixa a vida seguir pra lá. Deixe morrer (não no sentido puro da palavra, mas no sentido de que a morte é o prosseguimento da vida). Não vou criar rugas mais, ainda tenho 23. 
Que se percam. Que não se podem. Mas não se importem comigo.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ligando os pontos...




Esse é um incrível discurso feito por Steve Jobs (RIP) em uma formatura na universidade de Stanford. Vejam...

É interessante como as vezes fazemos as coisas pensando no futuro. Mais interessante ainda é o tamanho da nossa frustração quando não conseguimos conectar nossos atos presentes a acontecimentos que estão por vir. Nos condicionamos a fazer as coisas buscando recompensas, fazemos isso hoje, para conseguir aquilo amanhã. Não vivemos de cara limpa e há sempre uma intenção por trás da ação.
Uma coisa que costumo dizer, é que nem sempre depende só de nós. Principalmente quando existe essa mentalidade recompensalista (sic) nos sujeitamos a diversas influências externas. Precisamos de tudo e de todos, além das nossas ações, precisamos que o Universo esteja conspirando a nosso favor, para que, no final, se a dádiva for concebida, seja uma vitória em conjunto. Mas quando falhamos, somos os únicos incompetentes .
Nos cobramos de mais, nos punimos demais, esperamos demais de nós mesmos e acabamos não vivemos. Escrevemos um roteiro, seguimos o script, mas vem alguém e grita "CORTA!" e a culpa é só nossa.
Não, você pode não conseguir enxergar o êxito agora, mas ele existe, pelo simples fato de você ter tentado. Não se sinta fracassado por isso, não se deixe abater pela impressão de que deu errado, de ter perdido, de estar devendo, de não confiar, de ter ficado pra trás. Se sinta fracassado por não tentar ou por não querer.
E se você viu o vídeo sugerido até o fim, leu essa consideração que farei agora. Vamos colocá-la como nossa máxima? Já dizia o palhaço, "...que no fundo é simples ser feliz, difícil é ser tão simples!"
"Seu tempo é limitado, então não o perca vivendo a vida de outra pessoa. Não seja preso pelo dogma que é viver em função do pensamento de outras pessoas. Não deixe o ruído da opinião de outras pessoas calar sua própria voz interior. E, acima de tudo, tenha coragem de seguir seu coração e intuição pois, de alguma maneira, eles já sabem exatamente o que você quer se tornar. Todo o resto é secundário."
Steve Jobs 1955 - 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

(reticências)

"O poeta pena quando cai o pano
E o pano cai
Um sorriso por ingresso
Falta assunto, falta acesso"

Por que o fundo tinha que ser tão preto?
As coisas precisam se tornar mais claras, e por aqui tudo não passa de penumbra.
Voltamos à ativa. Que tal repetir aquela receita que deu certo?

Um grande abraço coletivo!

P.s.: Talvez, com a mudança do fundo do blog, algumas postagens tenham ficado com uma cor ruim. Compreendam.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

É preciso!

"Eu tive fora uns dias
Numa onda diferente
E provei tantas frutas
Que te deixariam tonta
Eu nem te falei
Da vertigem que se sente"
Uns dias - Paralamas do Sucesso

Eu tive fora uns dias.
Mas voltei.
Mesmo sem saber o que, tive vontade de vir aqui e escrever algumas coisas.
É, meu caro...a vida anda meio diferente.
Acorda, procura emprego, ouve um não ou um depois. Isso se acostuma, você não pode é desistir.
É o que todos dizem. Segue a vida. Vamos lá, volta pra casa e continua a labuta. Mais tarde é hora da faculdade. Um lugar cheio de pessoas que não lembram de você.

Acho isso estranho. Como pode eu lembrar deles e eles não lembrarem de mim?
As vezes é minha vida que está vazia e não me dá nem tempo de esquecer as pessoas.
É preciso preencher essa lacuna com novos rostos.
É preciso preencher com novos gostos.
É preciso não desistir.

Chegaremos lá. Enquanto isso, é quase carnaval.
Chuva de serpentina e confetes. Vamos celebrar a estupidez humana, como diria Renato Manfredini Junior.
Vamos comemorar enquanto não há motivos pra isso.
É preciso...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sob Controle




Under Control

I don't wanna waste your time,
I don't wanna waste your time.
I just wanna say -
I've got to say,
We worked hard, darling
We don't have no control
We're under control

I don't wanna do it your way,
I don't wanna do it your way.
I don't wanna give it to you, your way,
I don't wanna to know...

I don't wanna change your mind,
I don't wanna change the world.
I just wanna watch you go by.
I just wanna watch you go by.
We were young, darling
We don't have no control
We're out of control

I don't wanna do it your way,
I don't wanna do it your way.
I don't wanna give it to you, your way,
I don't wanna to know...

I don't wanna change your mind,
I don't wanna waste your time.
I just wanna know you're alright.
I've got know you're alright;
You are young, darling
For now, but not for long
Under control.




terça-feira, 30 de novembro de 2010

De janeiro a janeiro




"Sentamos em meio a aqueles escombros e então, simplesmente, cantamos a mesma canção"

A raposa já nos ensinou. O essencial é invisível aos olhos. O amor verdadeiro está nas coisas simples e a felicidade também. Além de sermos responsáveis por aquilo que cativamos, somos responsáveis por nós mesmos. Algumas pessoas não querem nosso auxílio, simplesmente o recusa. Se trancam naquilo que acreditam ser o marco da vida e de lá não saem nem por uma porra. O importante é fazermos nossa parte. Colocamos o quebra vento para amenizar o frio delas e assim estamos cuidando daquilo que nos importa. Brigar contra essa repulsa acaba ferindo o sentimento de livre arbítrio que Deus deu a cada um, e também desgasta pouco a pouco nossa esperança. Não podemos acabar com ela, mas podemos amenizar a dor. Se isso é o mais próximo que podemos chegar do auxílio, então é o que faremos. Ainda citando St. Exupery, é preciso suportar duas ou três larvas para que possamos ver as borboletas.

Obrigado Pequeno Príncipe =]

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

In my life ♫



Apenas agora compreendo realmente essa música que sempre admirei. Lugares e pessoas vem e vão. Algumas ficam. E tenho sorte de ter ao meu lado pessoas que amo, e que vou ter gratas lembranças mais tarde. Lugares tem me marcado pelo simples fato de ter ao meu lado ótimas companhias. E quando saio, fico desesperado para levar comigo algo que me lembre sempre que estive ali, para não perder nunca a sensação de estar com pessoas especiais. Nem sempre consigo levar uma evidência física, mas fica tudo guardado no fundinho das minhas lembranças. Ali envelhecerá, mais nunca será esquecido.

"Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before,
I know I'll often stop and think about them,
In my life I'll love you more."

Pai...

Apesar de tudo, eu não seria o que sou hoje se não fosse por você. E sou grato por isso. Provavelmente você nunca vai chegar a ler esse post, mas fica aqui meus sentimentos.

Obrigado!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O palhaço do circo sem futuro (II)

"Sou palhaço do circo sem futuro
Um sorriso pintado a noite inteira
O cinema do fogo
Numa tarde embalada de poeira"

O ônibus deixava Juan a duas esquinas do seu trabalho. Seu percurso sempre era feito guiado pela penumbra de seus olhos fechados. E era nessa penumbra também que Juan sobe as escadarias que o leva ao terceiro andar daquele edifício. A única coisa que ele percebia pelo seu caminho é a música que tocava em seu fone de ouvido, que dizia: "Os Homens aprenderam com Deus a criar e foi com os Homens que Deus aprendeu a amar".

Parado em frente à porta corta fogo que indicava o terceiro andar, Juan quase que vê um espelho a sua frente e começa a se ajeitar. A camisa amassada pelo trajeto no coletivo é alisada e esticada buscando um impecável que nunca alcançará. Refaz o nó na gravata e alcança a simetria perfeita que nem existe. Juan está pronto pro próximo embate.

Com as mãos em uma das alças da mochila, cabeça baixa e olhos semiabertos, Juan atravessa um mar de mesas até chegar a sua, que assim como o banco no ônibus, era a última. Apesar de dizer não se importar, ele retira o fone de seu ouvido direito, que pensa ele ser com qual ele escuta melhor e atravessa aquele corredor formado por mesas e pessoas. No caminho escuta algumas saudações: "Opa, Oi, E ae?!, Bom dia cara". Ele nem se preocupa em olhar para as pessoas, apenas movimenta a cabeça como um sinal de aprovação. Assim, pra ele, estava retribuindo aos cumprimentos de seus colegas.

Se para Juan a defesa era o melhor ataque, a batalha estava ganha a partir do momento em que ele alcançava sua mesa. E sentava ali, assim como no ônibus. Em um lugar onde poderia observar todo mundo, mas não poderia ser observado...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O palhaço do circo sem futuro (I)

"Tudo começou quando o filho morria de vergonha por que o pai era palhaço de um circo sem futuro. E ele cresceu sem dizer pros amigos onde o pai trabalhava. Sempre muito envergonhado, cresceu com a vida muito amargurada. Se formou em outra coisa. Um certo dia, recebe a notícia que o pai está no leito de morte. Ele corre lá, entra no quarto, tira a gravata, tira o paletó, se ajoelha e diz:

_Pai, me ensina a ser palhaço?...Pai, me ensina a ser palhaço?
_Isso não se ensina, seu bosta."

Não era nada fácil para Juan acordar cedo todos os dias e ir para o trabalho. Talvez por isso ele brincava todos os dias com Crono embaixo das cobertas, arriscando sempre que o tempo passasse e se esquecesse dele. Ele quase nunca tomava café da manhã. Ao escolher desafiar o tempo, ele perdia a oportunidade de comer o bom e velho pão com salame acompanhado de um copo de suco artificial, todas as manhãs.

Chegava então a hora de pegar ônibus, e para Juan, chegava a hora de sua primeira batalha diária. Esperar o ônibus sozinho, no frio e em um lugar estranho nunca foi um problema pra ele. Mas a partir do momento em que o ônibus apontava a esquina, o coração de Juan, parecia disparar.

Assim que entrava no ônibus, pagava ao trocador o valor absurdo da passagem, que também não era um problema pra Juan. Passava a roleta, sempre de cabeça baixa. Pra seu desconforto, o ônibus começava a se movimentar antes que ele pudesse se acomodar. Juan então teria que se apoiar nos bancos. E levantar a cabeça...isso sim era um problema pra Juan.

Ele erguia os olhos vagarosamente, imaginando, antes que pudesse fitar, cada pessoa que ali estava, cada olhar de repulsa que receberia, cada olhar de pena, de curiosidade, de desprezo e de chacota. Armava-se então com sua espada inconsciente e encarava cada passageiro como abutres que queriam se alimentar de todo seu medo e sua desconfiança. E a cada olhar que dava, Juan parecia deferir golpes fatais, que desviava todo sentimento que o olhar de alguém poderia trazer, e ainda furava-lhe os olhos como troco.

Dessa maneira ele atravessava todo o ônibus. Só assim então, sentava no canto da ultima sequência de cadeiras, se blindando de todos os olhares que caía sobre qualquer um que entrasse no ônibus. Para Juan, uma ameaça. Dali era só puxar o barbantinho do sinal. Dali era só levantar e descer pela porta de trás. Agora, precisava apenas chegar ao trabalho, lugar onde uma nova batalha se iniciaria. Juan então fechava seus olhos e se punha a ouvir música. Mas os fechava com força, como se afiasse seus olhos, sua arma, para a nova peleja que virá...